Tuesday, May 20, 2008

Vale dos Templos




Um dos passeios mais legais que eu fiz desde que passei a, digamos assim, freqüentar São Paulo, foi conhecer o Vale dos Templos. É um refúgio em Itapecerica da Serra, a uma hora de Sampa, mas que parece estar muitos quilômetros de distância da capital paulista. Primeiro porque quando a gente chega lá, percorre ruazinhas de terra que lembram caminhos para casas de campo. Segundo que, passando o portal da entrada, temos a impressão de que entramos em outra dimensão, tal é o silêncio e a paz daquele lugar.

Não sou budista. Até admiro a filosofia de Buda aqui e ali, mas nada que me faça acompanhar os cultos ou tentar meditar. Mas quando a gente chega lá, a história é outra. Antes de chegarmos aos templos, na descida do morro, há um cemitério japonês, com lápides luxuosas que lembram um pouco aquele monolito de "2001" - sendo que nas lápides há uma escritura em japonês com o nome da família do morto. É incrível, porque você não espera encontrar um negócio daqueles no meio da mata. Uma surpresa.

E assim são todos os momentos do passeio. Cada esquininha que você vira, cada árvore que você percebe, guardam uma pequena admiração.

Compramos comidinhas pro piquenique (e eu levei um vinho, é claro, porque não sou nem um pouco espiritualizada...), estendemos o lençol e curtimos o resto do tempo no parque , que fecha às 17h e, obviamente, a gente só conseguiu chegar lá umas 16h. Uma outra família estava reunida um pouco mais adiante, e tinham umas crianças que corriam pra lá e pra cá.

E tinham uns patos que roubavam a ração que a gente comprou pra alimentar as carpas. E ainda um monge que eu acho que fez voto de silêncio, porque quando eu disse boa tarde ele só acenou com a cabeça. E um friozinho de 16 graus, que eu não senti porque bebi a garrafa de vinho quase inteira. E as cinzas do Cassio Gabus Mendes. E um monte de origamis pendurados sobre um anjo japonês. E cheiro de insenso dentro dos templos. E queijo brie com geléia de mirtilo.

Ai, ai, como a vida é boa.

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