O sofá lá de casa bomba. Volta e meia tem alguém dormindo no meio da sala, sem se preocupar com gente que chega de madrugada, ou que sai muito cedo pra trabalhar, ou com a luz do sol que entra com força total pela janela do Cantinho da Leitura (siiiim, lá em casa tem um lugar que eu decorei como cantinho da leitura: lanterna japonesa no teto, poltrona azul, tapete vermelho, almofada indiana, estante baixinha com livros variados. O melhor espaço da casa, definitivamente). São pessoas que passam uma noite ou duas semanas lá em casa, e todos são amigos da roommate mais popular do mundo. Muito mais do que eu, inclusive.
Do reveillon até hoje já passaram pelo sofá um suíço, uma mineira que mora em São Paulo, outra mineira que mora em BH, dois canadenses, uma brasileira e uma sueca e, de vez em quando, um niteroense.
Os amigos nacionais são parceiros das andanças da roommate popular pelo Brasil. Mas os internacionais são amigos virtuais que ela conheceu através do CouchSurfing, uma espécie de orkut de mochileiros. Deu pra sacar?
O CounchSurfing existe como forma de estabelecer um contato entre aqueles que desejam viajar pelo mundo sem entrar no esquema turistão endinheirado. Você não é obrigado a dispor a sua casa para gringos desconhecidos, mas pode se oferecer para dar dicas de programas legais na cidade, ou para acompanhar os visitantes em passeios genuinamente nativos. É claro que sempre rola aquela visitinha ao Pão de Açúcar e ao Cristo Redentor, mas os canadenses que até outro dia estavam lá em casa encontraram um carnaval bem diferente daquele da Sapucaí, amplamente divulgado em Quebec, a cidade natal das figuras.
Quem vacila no CouchSurfing tem o filme queimado no site. Se você recebeu alguém que foi a maior furada, pode deixar um depoimento avisando aos outros companheiros que o tal fulano se revelou um hóspede encrenqueiro. Pela experiência do amplamente usado sofá lá de casa, o perfil de viajantes do site é de gente com cerca de 30 anos, classe média gringa, curiosos por conhecer esse país tão exótico chamado Brasil.
Algumas curiosidades sobre os gringos:
- Todos dormem de cueca e acham muito normal. Mas não ficam sem camisa de jeito nenhum.
- Os canadenses se referiam às passistas das escolas de samba como "mulheres peladas".
- Todos tentam arranhar um pouquinho de português.
- A grande maioria é desejada pelo sexo oposto nacional. E a recíproca é verdadeira.
Como forma de agradecimento à temporada passada lá em casa, ganhamos dos canadenses um vale presente da Casa e Vídeo, e uma linda orquídea da sueca. Ah, claro, e ganhamos novas amizades também - essas, priceless.
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