Monday, February 18, 2008

Finalmente, Ilha Grande


É absurdo eu conhecer muito pouco dos paraísos que estão bem ao alcance das minhas mãos e bolsos furados. Mas a verdade é que justamente essa proximidade, passando a impressão de que a qualquer momento eu posso arrumar a minha mochila e me mandar, que me faz empurrar com a barriga o momento de viajar pra lugares legais no Rio. E então, depois de anos e anos de promessa, decidi parar de me enganar e pegar a primeira barca pra Ilha Grande.

A ilha é realmente maravilhosa, mas confesso que essa história de ter barco pra cima e pra baixo me deixou um pouco tensa. Porque os passeios lá funcionam assim: ou você vai a pé, por trilhas de 1h ou 2h, ou você pega um barquinho, junto com outros turistas, e vai curtindo o sol e o vento no rosto. Pelo meu histórico de preguiça e preparo físico, obviamente optei pelo segundo tipo. Como os barcos têm horários certos pra sair, eu ficava obcedaca pelo relógio, perguntando as horas de cinco em cinco minutos, quase um comportamento compulsivo. Passei o fim de semana com medo de perder algum barco e ver a grana do passeio se afogar no mar, ainda mais depois que eu e o Japanimatrix não conseguimos pegar a barca Mangaratiba - Ilha Grande, e tivemos que passar uma noite naquela cidadezinha bizarra. Mangaratiba só tem um hotel, o Mendonça, que cobra R$127 por pernoite, em uma cama com lençóis duvidosos e televisão sem controle remoto. Mas ok, vamos lá, a Ilha está logo ali na frente, não vai ser agora que eu vou desistir, né?

No dia seguinte, a primeira barca saía às 8h. Adivinha? Perdemos de novo. Mas ao contrário da noite anterior, dessa vez tínhamos várias opções de embarcações pra Vila do Abraão, onde passaríamos o sábado e o domingo. Escolhemos um saveiro grande, que nos cobrou R$20 cada pra fazer a travessia, e seguimos aturando Ivete Sangalo e outros axés nada agradáveis durante uma hora, mentalizando a praia de Lopes Mendes pra conseguir manter a sanidade.

Chegando na vila, fomos direto ao Albergue do Holandês, onde a gente tinha feito a reserva. Além dos quartos coletivos, o albergue tem uns chalés fofos com cama de casal e uma cama de solteiro, um banheiro limpinho e um ventilador que dá conta. O único vacilo (nosso) foi não levar Autan ou qualquer outro remédio contra mosquitos. Eu, que tenho sangue ruim, dormi que nem um anjo. Mas o Japa sofreu com o ataque dos mosquitos mutantes da Ilha Grande. Que fique anotado pra quem é alérgico: Ilha Grande sem Autan não rola!

Bom, mas isso só foi mais tarde. Naquela hora, só jogamos as coisas no nosso chalé e corremos pra praia pra tentar um barquinho pra Lopes Mendes. Conseguimos um lugar no último, que partia às 12h, e lá fomos nós pra uma das praias mais bonitas do mundo.
Só que aí tem uma coisa: ir de barco é mais confortável, mas também é mais caro. Pagamos R$15 por pessoa para chegar a Lopes Mendes, e R$30 para chegar à Lagoa Azul, no domingo.
Como chegamos tarde, muita gente estava indo embora da praia, e pudemos usufruir das poucas sombrinhas das árvores só pra gente. Milhões de argentinos passavam por nós, rumo à trilha que levava de volta ao barco. Eu estendi a minha canga, deitei virada pro mar de águas azuis e concluí que se eu fosse milionária, ia ser absolutamente insuportável de chata. Não dá pra ter um visual desses de bobeira, tem que rolar um certo perrengue, eu acho.

1 comment:

Anonymous said...

Concordo com vc que esse negocio de barco com horario eh o mo corta-clima-de-ferias. Mas eu queria perguntar outra coisa: sera que existe alguma relacao entre os mosquitos brasileiros e o sangue dos japoneses? Com o Hiro eh a mesma coisa: muito antes de eu tomar conhecimento dos mosquitos ele jah esta todo cheio de picadas e empolamentos...