Ele procurou meu nome no Google. E disse isso pra mim, sorrindo (como sempre), comentando dos meus blogs mais antigos. Eu perguntei: quer dizer que você andou me pesquisando na internet? Ele disse que é claro, e devolveu a pergunta: você nunca me colocou no Google? Eu tive que confessar que sim.
Os olhos dele continuam sorrindo mesmo quando ele fica sério. É aquele tipo de pessoa que parece deslizar pelos dias como quem surfa na Indonésia. Vai descendo pela onda de águas claras, sem grande esforço aparente, sentindo o vento e os respingos do mar, acariciando a parte interna do tubo, experimentando, ao mesmo tempo, a maciez e a força do oceano.
Quando ele acha que eu não estou olhando, filma todos os meus movimentos e decora todos os meus gestos, pra depois, em outro momento, comentar o que viu. Ouve as histórias dos amigos e emite opiniões desinteressadas de quem busca uma solução pela consideração de ouvinte. Ouve mais do que fala. De vez em quando, cisma com uma entonação errada e se fecha no casulo. Eu falo: como você é magoável!, e aí ele desarma e volta ao normal. E admite: eu to melhorando isso.
No primeiro dia, bebemos muito saquê e ele disse que estava com saudades. Acostumada com todo o tipo de histórias da carochinha, não levei muito a sério mas, ainda assim, sorri. No segundo dia, ele falou: ainda bem que você está aqui. No terceiro dia eu disse que queria ele pra mim. Ele disse: tudo bem, me deu um beijo e comentou que já estava com saudades.
E hoje eu estou aqui.
1 comment:
"Ele" deve ter gostado desse texto... beijinhos.
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