Wednesday, January 02, 2008

A dependência da mega comemoração de Ano Novo

Eu sofro da síndrome de mega comemoração de ano novo. Todos os anos eu preciso - necessito - de uma festa bombástica, amigos e amigos dos amigos reunidos, abraços à meia-noite, três pedidos, champagne, a primeira música do ano que entra, cores certas na roupa, lista de ítens a realizar nos próximos 12 meses, 12 uvas e, se possível (nem sempre dá...), banho de mar e oferendas a Iemanjá.
Meus reveillons são complicadas produções culturais.

Só que, esse ano, a coisa degringolou. Estava tudo certo para uma festa aparentemente incrível, em um hotel antigo de Santa Teresa. Consegui convencer cerca de 30 amigos de que aquele era o melhor lugar do mundo para brindar a chegada de 2008, e lá fomos nós pagar o preço (salgado) do convite. Até que, dois dias antes da virada, veio a notícia de que o evento tinha sido cancelado.

A minha sorte é que eu moro no Rio de Janeiro. Na pior das hipóteses, a gente vai pra praia de Copacabana e tá tudo certo (apesar de que foram seis baleados este ano, entre Copa e Ipanema, então talvez não seja uma jogada tão boa assim passar o reveillon no litoral da Zona Sul do Rio...). Anyway, os meus amigos, que são pessoas muito mais elevadas espiritualmente que eu, foram capazes de organizar uma ceia e uma festa com todos os tipos de drinks em apenas um dia. A idéia era virar na festinha e depois deixar a vida nos levar por aí, pulando sete ondas e conversando com desconhecidos.

Lá pelas 2h, eu e Mayra decidimos que o apartamendo da festa estava pequenos demais para nós. Arrastamos alguns amigos argentinos e um paulista desavisado para uma festa no Arpoador, popularmente conhecida como Festa do Ernesto Neto, o artista plástico, que há anos faz a animação daquele cantinho da praia. Segundo me explicaram, era só chegar ali, comprar cerveja com os ambulantes e curtir a música.
Três pessoas de três grupos completamente diferentes me avisaram que iriam na tal da festa, o que me deixou muito intrigada. Que tipo de música devia tocar lá? Rock gringo pseudo-conhecido? Hippismo tropicalista revisited? Black-music-da-juventude-dourada-carioca?

Pois é, tocou de tudo isso um pouco. E o pior é que deu certo. Ou então eu estava feliz demais na minha passagem de ano, tanto que esqueci de pular as sete ondas da sorte - e olha que eu estava bem ali, na beirinha da água! Só não foi um erro imperdoável porque, em compensação, meu primeiro banho de mar (com roupa e tudo - mas não de branco, diga-se de passagem!) foi realmente inesquecível, o que me faz pensar que, em matéria de good vibes, essa entrada no mar foi equivalente aos sete pulinhos, certo?

De manerira geral, meus reveillon são realmente incríveis. Mesmo que não sejam em mega comemorações.
Acho que já tá na hora de eu me livrar dessa síndrome.

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