Eu tenho dessas mulherzices. É só chegar na Marina da Glória em tempos de Fashion Rio que eu automaticamente me sinto com uns quilinhos a mais e muito mal vestida. E despentada, sempre despenteada. Porque não são só as modelos magérrimas e maquiadas que estarão na passarela que demonstram toda a minha falta de graça, mas toda aquela fauna dos corredores das tendas. Tá todo mundo ali pra ver e ser visto. Mais até de quem está nas passarelas.
O mundo da moda sempre foi, ao mesmo tempo, irritante e fascinante pra mim. Considero todo aquele glamour, as roupas, a música, etc, muito interessantes. Mas quando começam a usar os termos em inglês... me dá vontade de sair correndo e pegar pelo braço aquele senador (ou deputado?) que está lutando por uma lei contra os estrangeirismos na língua portuguesa.
Ontem foi dia de gravação no maior evento de moda do Rio. No meio de tanta gente chique, estava eu de jeans, camiseta e tênis, o roteiro dobrado dentro de um bolso da calça, o celular no outro, o rádio preso na cintura, uma mochila nas costas e duas sacolas, uma em cada braço, correndo de um lado para o outro, pedindo peloamordedeus posso gravar nesse stand? (e ouvindo sim quando pronunciava o mágico nome do programa), encontrando amiguinhos da noite que perguntavam 'vai ver o desfile da Fulana de Tal?', enquanto que eu respondia: não..., pegando um bronze não intensionado no pátio, comendo um cone entre uma entrevista e outra, falando com milhões de pessoas ao mesmo tempo, trocando telefones, ganhando brindes...
E o pior é que eu gosto de tudo isso, acredita? Vai entender a cabeça do ser humano...
Ah, sim, e tem o Fashion Week agora. Vou ver se me privo de algumas manhãs de leite com nescau até lá.
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