Thursday, July 07, 2005

Gente bonita

Sábado fui numa festa de gente bonita, com direito a atriz global e modelos que desfilaram no Fashion Rio. Quer dizer, essa parte das modelos eu não tenho tanta certeza, mas tinham tantas meninas magérrimas lá que elas só poderiam ser modelos, certo? E, se elas são modelos, elas desfilam no Fashion Rio, certo? Pois então, era uma festa cheia de pessoas mais bonitas e mais bem vestidas que eu e os meus amigos, em uma puta casa em um bairro nobre do Rio, ao som de DJs bem cotados na noite carioca. Teoricamente, um evento inesquecível.

Se bem que...nem foi. Acho que era porque as pessoas ficavam encolhendo a barriga enquanto estavam na pista de dança. Quer dizer, eu tentei encolher a barriga enquanto dançava e não consegui – me senti meio que um Robocop dançando, toda durinha, pra lá e pra cá. Daí então relaxei: acho que todo mundo ali já tinha percebido que eu não era modelo nem atriz global, então eu não tinha claramente que manter uma pose.

Decidi que a noite valeria, pelo menos, minhas doses de Red Label original, cada uma a R$7, e enveredei pelo caminho do embelezador artificial. Não que eu precisasse notar, mas acabei notando: a noite estava totalmente zero a zero, como costumam ser as festas de gente bonita e magra.

Tá muito recalcado aqui? Até que está mesmo... Mas é que antes eu dizia que jornalista é um bando de gente assexuada, porque esse povo trabalha muito e ganha mal, até que comecei a freqüentar festas de gente bonita. Eu estava errada: sexualidade não tem nada a ver com dinheiro e beleza, e eu até tive uma certa saudade das minhas festas de faculdade em que todo mundo pegava todo mundo, ninguém era de ninguém, e pra isso só era necessário que comprassem uma caixa de cerveja e colocassem um CD no som. Ai, ai.

Mas enquanto freqüentadora noturna já comprometida, posso dizer o seguinte: para quem estava acompanhado, a noite foi maravilhosa. O céu estava estreladíssimo, não fazia calor nem frio e a varanda era o lugar mais animado da festa – talvez porque estivesse escuro e todo mundo pudesse deixar que as gorduras da cintura ficassem em paz.

1 comment:

maybe said...

Pois é baby... essa modernidade tá muito blasè... assino em baixo. Tédio puro nessa festa e só depois de muitos drinks eu consegui perder a vergonha e dançar na pista. Mas o que realmente salvou a festa foi a varanda. Ela estava ótima mesmo para os desacompanhados com eu! Beijos