Thursday, July 29, 2010

E finalmente a caixas se vão

Faz oito meses que me mudei. Há nove meses eu era uma pessoa que dividia o apartamento com amigas, fazia festas de tendência duvidosa no fim de semana (que rendiam vídeos no Youtube e quase términos de amizade) e jantava, todos os dias, salsicha e ovo mexido. Agora eu faço compras de cinco quilos de arroz e já me acostumei a não pedir a pizza de champignon, porque lá em casa ninguém prefere esse sabor. E acabei descobrindo que nem sinto tanta falta assim dos cogumelos.

Mas as caixas da minha mudança, durante todo esse tempo, estavam encostadas em um canto da casa. Aquilo me fazia um mal que não dá pra descrever. Meus livros mal empilhados. Minha coleção do Peanuts misturada com a minha coleção do Sandman. Um caos de HQ completo.

Só que um milagre aconteceu: um dia, eu e o namorido viajamos para Itaipava, e voltamos pro Rio com um tapete para a sala. Experimentamos e o tapete pediu uma mesa de centro. Eu trouxe uma da casa do meu pai, arrumei bem no meio do tapete, e fiquei olhando praquele móvel vazio. E descobri que a minha coleção so Sandman ficaria luxuosa ali naquela mesa. E aí, finalmente, comecei a sentir que aquele apartamento estava ficando com cara de minha casa.

Outro dia, fomos comprar tecido para estofar a minha poltrona que a Catarina (a gatinha do meu antigo apartamento) tinha transformado em arranhador. Eu perguntei pro meu querido cônjuge o que vamos fazer depois que a fase da decoração acabar, e ele respondeu: vamos dar uma festa, claro. Achei a resposta muito digna de uma solução Bruna e, mais uma vez, entendi que ali é o meu lar.

Agora falta pendurar os posteres que compramos na Allposters.com. E vamos reformar a mesa anos 80 que foi presente da tia dele. Entre uma música e outra do Guitar Hero Rock Legends eu procuro enfeitinhos e coisinhas de casa que antes passavam batidas no meu passeio pelo shopping. Então é assim que se faz, né?

Achei que eu não ia aprender nunca.

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