Wednesday, March 08, 2006

Deveres, Match Point, Dostoiévski e falta de criatividade

Demorou, mas a vida finalmente voltou ao normal: trabalho de dez horas/dia, insônia, imposto de renda, ipva, problemas com o banco, quatro ações no Juizado Especial.... Pode parecer que eu estou reclamando, mas não estou não. Eu gosto. Parece que quanto menos tempo eu tenho, mais coisas eu faço.

E ontem ainda consegui dar uma passadinha no cinema pra assistir Match Point. Fui sozinha, na última sessão de uma sala da Barra. Taí outra mania minha, a de ir sozinha ao cinema em salas quase que completamente vazias, no meio da semana. Saio sempre encucada com o filme, envolta em uma bolha imaginária que me separa de toda esse mundinho ordinário. Não ouço o trânsito, não sinto calor, não sou um ser humano. Inclusive, quando vou ao cinema sozinha, no meio da semana e em salas quase totalmente vazias, escolho sempre um lugar à frente do resto dos espectadores. Nâo quero saber que existem outros humanos naquela sala, porque fico distraída com os outros. Quando choro, fico com vergonha de alguém ver que estou chorando. Quando não choro, sempre dou uma espiadinha no rosto de quem está ao meu lado. Pessoas me distraem.

Mas, sobre o fime, o que eu achei foi o seguinte: não é Woody Allen, é outra coisa. Tá bom, é legal, mas não é Woody Allen. Quer dizer, não é pra mim, entende? Acho que o próprio Allen já está de saco cheio de ser como ele é, por isso fez um filme totalmente diferente do que costuma fazer.
Outra coisa: tudo aquilo que a gente vê ali é Crime e Castigo. Pra mim isso é bem óbvio, e foi por isso que eu gostei. Mas explicar o estrago que Crime e Castigo fez em mim é complicado, e eu deixo para outro dia. No momento, tenho que passar no banco, ou fazer a unha, ou alguma coisa do tipo. Escolha.

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