Thursday, August 18, 2005

Eu odeio aproveitar o dia intensamente

Sempre que estou sem assunto, dou uma passadinha em blogs alheios. Eu sou uma usurpadora, um chupa-cabra de idéias dos outros, portanto cuidado na hora em que me contarem algum projeto mirabolante. Eu posso esquecer toda a minha ética em momentos como esse.

Um ponto positivo é que eu sempre cito de onde roubei o tema. Será que isso faz de mim uma pessoa menos rata? Anyway, estava eu muito entediada na casa do meu namorado (ele não estava, é claro), quando resolvi espiar o blog da Baxt. E lá pelo meio tnha um negócio falando sobre Carpe Diem, etc, e o resto eu não vou contar porque tenho preguiça, portanto quem se interessar que passe lá pelo site dela.

E daí eu me lembrei de que, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, todas as campanhas publicitárias norte-americanas abordavam o tema "aproveite a sua vida enquanto é tempo". Não sei se foi nesse momento que nasceu um certo asco por tudo o que envolve aproveitar o momento, cease the day e todo o resto que diziam na Sociedade dos Poetas Mortos, ou se esse sentimento já vinha crescendo em mim havia um tempo. Talvez tenha sido uma mistura dos dois fatores, um negócio que começou de um jeito e terminou de forma explosiva no pós ataque ao World Trade Center. O fato é que eu simplesmente odeio a idéia de ter que aproveitar a vida intensamente.

O que é meio estranho. Porque na adolescência, lembro bem, eu era uma mistura de hippie-gótica-punk-alternativa (deu pra imaginar?) e adorava colecionar frases de celebridades do rock que tinham morrido jovens. Escrevia na agenda "live fast, die young" e coisas do gênero. Quando ficava em casa muito tempo sem fazer nada, começava a sentir a ação do que meu pai chamava de bicho-carpinteiro e queria ir pra rua, descobrir as coisas, viver aventuras. Pelo menos era assim que eu encarava os meus dias. E, naquela época, qualquer quarta-feira à tarde com amigos depois do colégio era uma diversão sem precedentes.

Mas essa época passou, e agora tudo o que eu procuro fazer nos finais de semana é ficar quieta no meu canto e pisar levemente na jaca à noite. Todo sábado eu me programo para ir à praia- ao cinema - à exposição - ao anima mundi (quando tinha) - ao aterro do flamengo para patinar de rolleer, etc. E, no final, acabo é passando a tarde assistindo ao especial de Seinfeld na Sony, para depois tirar uma sonequinha, para depois acordar e tomar banho e sair. E olha que eu já acho isso muito.

3 comments:

Beatriz Zandonadi said...

Bruna

Acompanho suas palavras desde o "Observações sobre coisa sem importância"

Adoooooooooro

Bjos

Anonymous said...
This comment has been removed by a blog administrator.
Anonymous said...

o que eu estava procurando, obrigado