Thursday, May 05, 2011

Um brinde

Copos de vinho me acompanham muito bem quando eu não tenho companhia nenhuma. Muito antigamente, quando eu era jovem e fumava muitos cigarros saborosos, os vinhos eram o combustível que mais combinavam com o jazz que tocava no meu computador. Mas agora que sou uma ex-fumante, bebo vinhos no silêncio. Talvez assim eu ouça melhor o que eu mesma tenha a dizer.

Estou sempre frente a frente com a solidão. Quem acha que casar é derrubar de uma vez por todas a solidão, se engana redondamente. Amar alguém talvez seja o mais solitário dos sentimentos. A questão não é ser ou não ser amado de volta. A questão é o tipo de amor que está sendo construído. E este, eu garanto, nunca vai ser igual ao do outro.

Vinhos solitários enobrecem a alma. E, mesmo assim, eu apostaria todas as minhas garrafas de merlot francês que beber com os amigos é bem mais divertido. Na última vez que entornei um vinho bem mais ou menos com amigas em um boteco de Botafogo, terminamos a noite assistindo ao vídeo da Luisa Marilac e caindo na gargalhada. E hoje eu estou bebendo sozinha e escrevendo no blog.
Deu pra sacar a diferença?

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