Tuesday, December 15, 2009

Falta muito pro ano que vem?

Todo ano é a mesma coisa: os meses correm sem a gente perceber, mas quando chega dezembro, fica tudo leeento. Parece que dezembro é um mês café com leite: tudo o que a gente planeja, todas as mudanças e os sonhos ficam pra janeiro. A única função de dezembro, além de comer peru e gastar o que não tenho com presentinhos variados, é listar possíveis novidades para o novo ano. E contar os dias para que esse novo ano chegue logo.

É que 2010 vai ser tão diferente. Vou mudar de casa, de trabalho. De vida eu já venho mudando há um tempo, meio que me preparando pro que chega. Mas dá um frio na barriga. Um frio do tipo que é bom. Fazia bastante tempo que uma virada tão radical acontecia no final de um ano. É como uma era que se encerra.

Outro dia fui fazer compras pra minha casa nova. Estou gostando dessa história de brincar de casinha, porque meu apartamento na São Slavador acabou virando um monte de móveis doados amontoados, uma coisa nada a ver com a outra, uma coleção digna de brechó de Santa Teresa. Mas como eu gostei de morar ali. Foram dois anos e meio de muitas festas, muitos amigos gringos dormindo no sofá, muitas manhãs de domingo ouvindo chorinho na praça. Hoje a praça acorda no domingo já lotada de barracas e de gente por todos os lados. Confesso que preferia antes, quando éramos apenas alguns gatos pingados, sentados no coreto, curtindo a música. Ou quando eu chegava do trabalho e encontrava amigos na muretinha, e já ficava por lá mesmo, estragando toda a minha programação baladística do Rio de Janeiro. Eu aproveite demais o meu bairro. Saio de lá com boas lembranças.

E aí, tem o bairro novo. Que eu ainda não vou dizer qual é. Um bairro que eu aprendi a gostar ao longo de 2009, que antes eu dizia ser caótico demais pra mim, grande demais pra mim, impessoal demais pra mim. Mas que, de repente, começou a fazer algum sentido. E que já me faz sentir em casa.

Mas enquanto é dezembro, todas essas coisas ainda estão no quase. E é isso que me deixa ansiosa. Não gosto de quases, nem de nada em cima do muro. Então fico na expectativa de que os dias andem logo. Feliz com a minha casinha nova e com a vida completamente diferente que me aguarda lá. Com medo também. Mas com aquele tipo bom de medo, que precede todas as grandes mudanças pelas quais a gente passa.

1 comment:

Anonymous said...

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