Wednesday, October 08, 2008

SkolBeats aos 31

Sem sombra de dúvida, o SKolBeats é um evento adolescente: suas tendas espalhadas não me deixam mentir, porque só um jovem pra agüentar andar de um lado pro outro, das 18h às 8h do dia seguinte.
Também podemos considerar o SkolBeats um mega show bem paulistão, meu - tanto que, ao invés de summer hits (o que seria de se esperar de um evento desse tipo se ele tivesse sido locado no Rio), o que se ouvia era música eletrônica sob um frio de uns 13 graus.
Dito isso, o que estaria fazendo por lá uma carioca de 31 anos, que resolve conhecer o festival de música eletrônica já na fase balzaquiana?
Pesquisando comportamentos urbamos, é claro.

Pra começo de conversa, a diversidade de público é, no mínimo, curiosa. Os cybermanos teens e seus cabelos espetados vibravam ao drum n bass do Marky, enquanto que as meninas de psyboots pra fora da calça (aquelas botas com plataformas que todas as ouvintes de trance resolveram descobrir ao mesmo tempo) preferiam encarar enormes filas pro banheiro feminino quando bem ao lado cabines limpinhas e cheirosinhas e cheias de papel higiênico (luxo total!) estavam às moscas.
Mas não pra carioca balzaquiana aqui, que nunca mais pegou fila no Sambódramo depois que descobriu a malandragem do banheiro oculto.

Aliás, mais bizarro que carnaval de paulista é sambódramo de paulista: uma imitação da Apoteose, só que sem o arco final, parecendo que o Niemayer estava sem saco e plagiou ele mesmo ao projetar aquela avenida de samba. Aquilo ali tem clima de pseudo, de segundo lugar do carnaval brasileiro - e olha que eu nem gosto de carnaval, apesar de ser bairrista como quase todo carioca.
Convenhamos: sambódromo em São Paulo é bom pra fazer festa de música eletrônica.

Entre uma observação e outra da fauna urbana, consegui ver os shows do Justice e do Digitalism, que foram bem divertidos e valeram meu ingresso.
Fiquei com a impressão cruel de que cheguei à festa certa dez anos depois, mas realmente a sensação não foi suficiente pra acabar com a minha diversão. E até quando o Japanimation e eu quase fomos parados numa blitz - o que seria trágico, diga-se - eu estava totalmente satisfeita por ter, finalmente, participado do evento que povoou o meu sonho clubber no início da década.
Antes tarde do que nunca!

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