Thursday, October 05, 2006

30 minutos de esteira existencialista

Descobri a resposta para o meu mau humor latente: esteira. Foi uma libertação me ver assim tão fácil de se resolver, e agora eu gasto meu dinehirinho de academia feliz por ter me tornado uma pessoa mais tragável. Quando você está de mau humor e vai para a academia, é questão de minutos a melhora do clima interno: parece que tudo se esvai em suor e batimentos cardíacos acelerados. Me sinto como naquele comercial da Nike em que a mulher cospe o chefe, o trabalho e a cobrança da mãe por um casamento enquanto corre pelo parque. Esse, meus amigos, tem sido meu remédio.

Descobri a cura durante, óbvio, uma TPM. Acordei amarguíssima, chatíssima, latindo para a minha própria sombra. E fui, cheia de preguiça, rumo à academia. Daqui a pouco lá estava eu sorridente, puxando conversa com senhoras de meia idade enquanto esperava o meu aparelho de musculação da vez ser liberado, jogando endorfina nesse cérebro cheio de porcarias que eu tenho. Meu cérebro também sua: dá pra sentir quando ele expele todas as toxinas. Depois eu fico leve, descabelada e me sentindo mais magra - mesmo que não esteja de verdade.

Toda essa questão me faz chegar à seguinte conclusão: o que meninas como eu precisam de verdade é de um tanque de roupa suja pra lavar. Já posso antever comentários irados depois da frase anterior, todo mundo me chamando de machista, etc, etc. Já aconteceu outras vezes. Mas é que, se eu fico tão bem levantando pesos que eu não preciso levantar, não seria de se esperar que eu fosse feliz esfregando roupa? A infelicidade feminina de classe média veio com o advento da máquina de lavar, microondas e diarista de quinze em quinze dias. A gente deveria viver como nossas avós.

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