Friday, March 30, 2007

Bolívia, o estado pobre do Brasil

Um belo dia eu estava de folga em Rio Branco. E o que fazer em Rio Branco em um dia de folga? Alguém deu a idéia: vamos até Cojibo comprar muambas e afins, porque lá é baratinho. Aceitei a empreitada e nós estávamos, 2h30 depois, na Bolívia.

A cidade de Cojibo fica grudada à nossa Brasiléia, no ponto mais ocidental em que eu já estive no país (o ponto mais oriental das Américas fica no Rio Grande do Norte. É uma praia maravilhosa chamada Ponta do Seixas, e tem até plaquinha pra você tirar foto. Eu tirei, é claro). Mas então, Cojibo é ligada ao Brasil por uma ponte, e tem uma polícia alfandegária totalmente ausente – pelo menos no dia em que eu estive lá. Deixamos o carro na parte brasileira e atravessamos a pé em direção ao país vizinho.

Quando se chega ao outro lado da ponte, a impressa que se tem é de que voltamos ao Brasil agrário. As ruas são de terra, as casas de madeira, com placas toscas onde se lê: vende-se sorvete. Poderia ser uma cidade do Brasil, é verdade, não fosse o fato de que Brasiléia é muito bonitinha, asfaltada, com canteiros centrais com coqueiros e praças e bancos. O contraste fica mais cruel.

Chegando à rua principal, onde se multiplicam as lojas de eletrônicos, já vemos asfalto. Mas vemos também tiazinhas com cara de índias, o cabelo dividido em duas tranças que ultrapassam a cintura, vendendo suco de laranja espremida na hora. Enquanto isso, brasileiros sacoleiros disputam a atenção pelos vendedores bolivianos. Os preços são dados em três moedas: pesos, reais e dólares. E o câmbio é feito na hora, usando a cotação do dólar no Brasil naquele dia (ou pelo menos a gente acredita que seja aquela a cotação. Eu é que não contestei).

Comprei uma câmera digital de 6 mega pixels achando que estava sendo malandra, poupando pelo menos uns 400 reais caso comprasse no Rio de Janeiro. Tolinha. Quando fui comparar os preços na internet, surpresa: algumas lojas no centro davam exatamente o mesmo valor, só que com garantia, ao contrário da minha compra boliviana.

Apesar da compra pseudo furada, a minha ida à Bolívia não foi de todo perdida. Pelo menos pude fazer a piadinha que, de tão genial, vou repetir aqui.

“To indo pra Bolívia amanhã. Quer alguma coisa de lá?”

Acreditem, quando eu disse na primeira vez, foi engraçado.

No comments: