Eu estava em Nova York, servindo mesas, ganhando míseros dólares de gorjeta e, mesmo assim, me divertindo bastante. Falando inglês com sotaque de moradora do Brooklin, porque o dono do restaurante que eu trabalhava era de lá. Vendo as torres do World Trade Center caindo. Passeando no Central Park nos meus days off - um programa barato e aconchegante. Cozinhando arroz com micro camarões e algas japonesas. Brincando de casinha com meu então namorado.
Felipe Hirsch, o único diretor de teatro que eu respeito, me perguntou isso ontem na sua coluna do jornal O Globo. Ele queria falar de bandas que despontaram a partir de 2000: Arcade Fire, LCD Soundsystem, Artict Monkeys. Bandas que eu ouço e recomendo, porque acredito que os anos 00 tiveram uma boa contribuição artística pro mundo. Eu não queria viver em outro lugar nem em outra época: acredito que estamos passando por um ápice tecnológico, que o Brasil está cada vez melhor posicionado no cenário mundial e que as descobertas da ciência fazem com que soframos menos com as mazelas do corpo.
Houve um tempo em que eu acreditava que a melhor época da história já havia passado. Quis viver nos anos 60, depois nos 70. Cresci nos 80 ouvindo rock brasileiro e nos 90 me preparei para cair nas pistas de dança. Observei tudo isso, e agora digo com certeza: não há nada como 2010.
No comments:
Post a Comment