Mas como eu disse, as coisas não são exatamente como eu imaginava. Quando tinha 20 e poucos, achava também que aos 30 eu seria uma pessoa completamente diferente. Bem resolvida, mais paciente - mais sábia, digamos assim. Que decepção foi perceber que, na verdade, a minha paciência diminuiu deveras dos 20 e poucos pra cá. Às vezes eu penso que devoluí.
Eu também vejo a falta de paciência nas minhas amigas de trinta e poucos. Talvez isso aconteça justamente porque a gente passa os 20 anos fazendo um monte de merda, e depois, quando chega aos 30, não quer repetir tudo de novo. Quantas vezes já ouvi por aí: "vacilou uma vez, então esquece", como se ninguém fosse inocente por errar uma vez! Sou adepta do sistema das 3 chances: um vacilo, ok; dois vacilos, humm; três vacilos, beijo e não me liga.
Mas as meninas balzacas não estão tão dispostas a deixar pra lá o primeiro erro.
Pode ser que isso aconteça justamente porque a gente se acha mais malandra aos 30, mais vivida, e pronta a reconhecer comportamentos repetidos. O que nos torna umas verdadeiras biches, quando você olha mais de perto. Ou então é o relógio biológico mesmo, que fica gritando enfurecidamente que a gente não tem tempo pra besteira.
A verdade é que a sabedoria não vem de graça com a idade, como eu achava quando era mais nova. Essa coisa de amadurecer dói pra caralho, tem que dar um duro danado, e não é só porque a gente ganha uns pés de galinha e umas celulites que automaticamente passamos a entender melhor os outros. Ou a lidar melhor com os loucos.
Eu acho que o foda mesmo é perceber que nada vem de graça, e que agora é hora de correr atrás do seu próprio aprendizado, e fazer todos os esforços pra isso. Pelo menos eu já saquei como funciona a brincadeira. Agora tá na hora de começar a crescer.
2 comments:
Eu sou dessas que por um lado ficou mais impaciente. Tenho cada vez menos paciencia para gente chata, desinteressante - o que eh de uma arrogancia (e falta de espelho) absurda.
Tenho medo de me cercar soh de gente que pensa igual a mim.
Em minha defesa, acho que fiquei mais paciente com as pessoas que eu gosto.
Engraçado, eu me torno a cada dia mais paciente (na essência, sou muito, muito impulsiva). Mas uma coisa eu aprendi com a análise (e a vida): ninguém muda muito. Ou gosto do outro do jeito que ele é, ou é melhor olhar pra frente.
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